A população de um país não é apenas modificada pelas mortes e nascimentos de
seus habitantes. É preciso levar em conta, também, os movimentos de entrada e
de saída, ou seja, as migrações que ocorrem em seu território.
As migrações internas são aquelas que se processam no interior de um país como
por exemplo êxodo rural, o que é constante no Brasil.
A história do povo brasileiro é uma história de migrações. As migrações não
ocorreram ou ocorrem por causa de guerras, mas pela inconstância dos ciclos
econômicos e de uma economia planejada independentemente das necessidades da
população.
História
As migrações pelo território brasileiro estão associadas, como nota-se ao longo
da história, a fatores econômicos, desde o tempo da colonização pelos europeus.
Quando terminou o ciclo da cana-de-açúcar na região Nordeste e teve o início do
ciclo do ouro, em Minas Gerais, houve um enorme deslocamento de pessoas em
direção ao novo centro econômico do país. Graças ao ciclo do café e,
posteriormente, com o processo de industrialização, a região Sudeste pôde se
tornar efetivamente o grande pólo de atração de migrantes, que saíam de sua
região de origem em busca de empregos ou melhores salários.
Acentuou-se, então, o processo de êxodo rural; migração do campo para a cidade,
em larga escala. No meio rural, a miséria e a pobreza agravadas pela falta de
infra-estrutura (educação, saúde, etc.), pela concentração de terras nas mãos
dos latifundiários e pela mecanização das atividades agrárias, fazem com que a
grande população rural se sinta atraída pelas perspectivas de um emprego
urbano, que melhore o seu padrão de vida. O fascínio urbano torna-se, então, o
principal fator de atração para as grandes cidades.
No entanto, o que
ocorre é que a cidade não apresenta uma oferta de empregos compatível à
procura. Em conseqüência surgem o desemprego e o sub-emprego no setor de
serviços, como os vendedores ambulantes e os trabalhadores que vivem de fazer
"bicos". E isso necessariamente vai resultar na formação de um
cinturão marginal nas cidades, ou seja, o surgimento de favelas, palafitas e
invasões urbanas.
Atualmente, nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, é significativa a saída
de população das metrópoles em direção às cidades médias do interior. A causa
desse movimento é que as metrópoles estão completamente inchadas, com
precariedade no atendimento de praticamente todos os serviços públicos, altos
índices de desemprego e criminalidade. Já as cidades do interior desses
estados, além de estar passando por um período de crescimento econômico,
oferecem melhor qualidade de vida à população.
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