APOSTILA SOBRE
INDÚSTRIA
Quase tudo o que o homem moderno
consome ou utiliza, desde os alimentos e mesmo os utensílios em que são
preparados e servidos, passa por algum processo de industrialização. O
progresso da indústria, paralelo ao da ciência e da tecnologia, dá a medida da
riqueza material de um país.
Denomina-se indústria o conjunto
de atividades produtivas que o homem realiza, de modo organizado, com a ajuda
de máquinas e ferramentas. Dentro dessa ampla definição se enquadram os mais
diversos afazeres, em diferentes lugares e épocas. De modo geral, toda
atividade coletiva que consiste em transformar matérias-primas em bens de
consumo ou de produção, com auxílio de máquinas, é industrial.
Nascimento e evolução da
indústria. Já em tempos pré-históricos, o homem elaborou seus utensílios e
armas mediante a transformação dos materiais de que dispunha, como o sílex e,
mais tarde, os metais. À medida que avançou a civilização, a especialização no
trabalho aumentou e originou-se um grupo social, os artesãos, que se
encarregavam de produzir os objetos de que a sociedade necessitava, como
objetos de cerâmica, tecidos, armas etc.
No fim da Idade Média, os artesãos
das florescentes cidades européias agruparam-se em corporações, nas quais se
configuraram as categorias de aprendizes, oficiais e mestres e onde os
conhecimentos técnicos se transmitiam de pai para filho. A produtividade dessas
oficinas era baixa, pois a maior parte do trabalho se realizava manualmente e
não existia a divisão técnica do trabalho, isto é, cada produto era realizado
totalmente, de início a fim, por um só artesão. Somente em poucas atividades
utilizava-se a força de animais de carga, de quedas d'água e do vento para
mover máquinas rudimentares como os moinhos.
Nesse precário grau de evolução
da indústria, teve especial relevância a invenção da máquina a vapor pelo
britânico James Watt, depois de outras pesquisas como as de Thomas Newcomen,
inventor da bomba d'água (movida a vapor), e as de Denis Papin, que estudou a
força elástica do vapor d'água. A máquina a vapor permitiu aproveitar a força
mecânica e foi o fundamento das indústrias naval e ferroviária.
Considerando-se indústria como
fabricação de bens com emprego de máquinas, a primeira notável modernização da
atividade ocorreu na Grã-Bretanha, com a revolução industrial, nas últimas
décadas do século XVIII. Nessa época, avanços técnicos como a lançadeira rápida
de tear, na indústria têxtil, reformularam as bases sobre as quais se assentava
esse setor da economia.
Também no Reino Unido começou, no
século XIX, um processo de industrialização baseado na melhora do aço com que
se construía grande variedade de máquinas. Logo o processo estendeu-se pela
Europa e pelos Estados Unidos, que começaram a produzir industrialmente artigos
manufaturados. Um dos setores produtivos mais tradicionais, a indústria de
armas, cresceu enormemente durante a primeira guerra mundial e provocou a
renovação de toda a infra-estrutura da indústria metalúrgica, devido ao enorme
volume de produção demandado pela guerra.
A década de 1920 foi de intensa
industrialização na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, onde a produtividade
do trabalho aumentou muito em virtude da mecanização, que se estendeu a grande
número de atividades, e à eletrificação das fábricas. Do ponto de vista da
organização e dos métodos empregados, o trabalho foi sistematizado,
principalmente nas grandes linhas de montagem, estabelecidas pela primeira vez
na indústria automobilística, pelo americano Henry Ford.
A indústria conforma o setor
econômico secundário, enquanto a agricultura constitui o setor primário e os
serviços, o terciário. Nessa época, o setor secundário já se encontrava
estruturado em forma semelhante à da atualidade. Assim, surgiram novas formas
de financiamento e se ampliaram as sociedades anônimas e outras sociedades de
capital. Também com freqüência se formavam grandes complexos industriais que
permitiam regular e controlar a produção e as relações entre os diferentes
ramos que dela participavam.
No período compreendido entre as
duas guerras mundiais, os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão já estavam na
liderança da indústria mundial. A segunda guerra mundial, embora tenha sido um
conflito devastador que prejudicou as atividades de vastas áreas industriais,
ocasionou também um grande progresso da pesquisa e da tecnologia, o que
permitiu a países como a Alemanha e o Japão apresentar grande desenvolvimento
após a derrota.
O crescimento manteve-se
persistente a partir da década de 1950, até o setor industrial transformar-se
no motor da renda nacional nos países avançados. Chegou-se assim à chamada
segunda revolução industrial, na qual a produção em série e a automatização
desempenharam papel determinante. Nas últimas décadas do século XX, questões
como a degradação ambiental, o esgotamento de recursos naturais e a
persistência do desequilíbrio econômico entre países industrializados e
subdesenvolvidos levaram o mundo todo a questionar a industrialização sem
controle e a formular propostas de desenvolvimento sustentado, ou seja,
utilização racional dos recursos disponíveis.
Da revolução
industrial ao "crescimento zero".
No final do século XX, o ritmo do
crescimento industrial passou a ser questionado pelos governos de alguns países
e por organizações da sociedade civil empenhadas na preservação ambiental, na
melhora da qualidade de vida e na distribuição mais equitativa das riquezas.
Ganhou força a tese do "crescimento zero", que designa uma taxa de
crescimento nula obtida pelo crescimento negativo dos setores poluidores e
expansão dos setores não poluidores.
Essa nova tendência põe em dúvida
o dogma segundo o qual a produção baseada no princípio do crescimento
permanente conduz a uma sociedade melhor e mais igualitária. Isso porque,
embora a indústria se tenha convertido no principal fator de riqueza dos países
adiantados, seus benefícios atingem apenas uma pequena parte da população do
planeta. De acordo com esse ponto de vista, o equilíbrio ecológico deveria
tornar-se uma preocupação política e o crescimento ser partilhado de maneira
mais justa por países ricos e pobres.
Organização
industrial.
Tanto para uma economia de
mercado quanto para economias centralizadas é válida a lei segundo a qual cada
unidade produzida será mais econômica quanto maior for a produção. Essa lei
explica a rentabilidade da fabricação em série de um número reduzido de modelos
industriais com a maior quantidade possível de peças intercambiáveis.
A passagem da manufatura para a
fabricação industrial de um produto transcorre por etapas, a primeira das quais
consiste na divisão do trabalho e na especialização: cada operário realiza um
mínimo de operações diferentes, de modo a especializar-se de preferência numa
só, que realizará muito rapidamente, de modo sistemático, ao longo de toda a
jornada de trabalho. Uma segunda etapa refere-se à mecanização do trabalho, em
que as ferramentas são substituídas por máquinas dispostas ao longo de uma
linha de montagem, pela qual os produtos passam em seqüência e vão sendo
montados e recebendo acessórios, pintura, embalagem etc., até que estejam
prontos para distribuição. Na terceira etapa procede-se à eletrificação da
linha de montagem e das diferentes operações, o que reverte em maior rapidez e
precisão na fabricação.
O passo seguinte, só viável para
a grande indústria, é a automação do processo de fabricação, que reduz a
demanda de mão-de-obra e consegue, além de rapidez e precisão, continuidade de
produção. O elemento fundamental dessa etapa é o robô industrial, conjunto de
mecanismos capaz de repetir com exatidão uma ou diversas operações industriais.
Uma fase subseqüente é a otimização do processo, cujo objetivo é o
aproveitamento máximo dos recursos materiais e humanos da fábrica. Para sua
consecução, é necessário controlar o funcionamento de todas as máquinas de
atividade simultânea, assim como reduzir ao mínimo as reservas armazenadas e a
energia consumida. As indústrias que produzem em níveis próximos ao ótimo
requerem quadros de pessoal muito reduzidos, e seu trabalho, por vezes, se
limita à vigilância e à supervisão.
Outra tendência da indústria
moderna é a terceirização, processo que consiste em delegar a outras empresas a
realização de parte do processo industrial. No Brasil, a indústria metalúrgica
terceirizou grande parte da fabricação de autopeças.
Ordenação e
tipos de indústrias.
Os processos industriais podem
obedecer às mais diversas normas, pois também são muito diversificadas as
indústrias que os realizam.
A primeira distinção que cabe
estabelecer entre os processos industriais é a referente a seu ritmo. De acordo
com o ritmo, os processos podem ser contínuos, como a refinação do petróleo e a
junção das diferentes partes numa linha de montagem, ou descontínuos, como a produção
de medicamentos, a preparação de alimentos pré-cozidos etc. De outro ponto de
vista, a fábrica pode organizar sua produção segundo as previsões de vendas de
seu departamento comercial ou operar segundo uma carteira de encomendas e
pedidos feitos antes de começar a fabricação.
Em linhas gerais, a transformação
industrial parte de matérias-primas fornecidas pela agricultura ou pela
mineração. As indústrias básicas fornecem os produtos intermediários e estes
são adquiridos em grandes quantidades pelas indústrias manufatureiras, que os
transformam em artigos de consumo. Por isso, a produção de energia é o primeiro
passo para levar a cabo tal transformação. A energia empregada na maior parte
da indústria é elétrica. As centrais de fornecimento podem ser térmicas
(alimentadas por carvão ou derivados de petróleo), hidráulicas ou nucleares. Há
ainda fontes alternativas, como a energia eólica, proporcionada pela força do
vento, ou a energia solar.
As principais indústrias de base são a mineradora ou extrativa, a
química e a metalúrgica ou pesada. Quase todas as demais atividades industriais
constituem o que se chama de indústria
leve. Do ponto de vista do destino do produto, cabe ainda outra
classificação: quando se trata de máquinas, ferramentas ou meios de transporte
industrial, diz-se que a indústria se dedica à fabricação de bens de capital, ou seja, bens não
dirigidos ao consumo humano imediato, mas para produzir outros bens. As indústrias de bens de consumo são as
mais numerosas e variadas. Compreendem a fabricação de alimentos, móveis,
têxteis, impressos, aparelhos eletrodomésticos e produtos eletrônicos, entre
outros.
Como a demanda final de bens não
é previsível com exatidão, na maioria dos casos as indústrias não podem
planejar sua produção ótima. Mais previsíveis são as variações cíclicas do
mercado, que determinam o aumento ou redução da demanda de produtos natalinos e
roupas da estação, por exemplo. Quanto à conservação, o armazenamento das
mercadorias deve reduzir-se ao mínimo para evitar sua deterioração e extravio,
especialmente quando se tratar de produtos de grande valor ou perecíveis. É
mais econômico, no entanto, manter a maquinaria em funcionamento permanente
para aproveitar melhor os recursos industriais. Por tudo isso, o ritmo de
produção é uma das decisões mais importantes a se tomar no controle da
fabricação de qualquer artigo processado industrialmente.
Política
industrial.
Para levar adiante o processo de
desenvolvimento industrial, cada país opta por uma política de
industrialização. Fatores ligados aos grandes acontecimentos econômicos
mundiais, aos movimentos políticos
internos, às condições peculiares da região e ao acerto da política econômica
dos governos determinam os progressos ou retrocessos da indústria.
No caso brasileiro, a industrialização
se iniciou tardiamente, o que levou o país a realizar grandes esforços para
diminuir a distância que o separa dos países desenvolvidos. A dificuldade de
conquistar o mercado externo e a desigual distribuição da renda, que restringe
o mercado interno, constituem ainda aspectos negativos para a industrialização
do país.
Revolução Industrial
INTRODUÇÃO
Revolução Industrial foi um processo histórico de
transformação econômica e social da segunda metade do século XVIII, através do
qual um novo modo de produção capitalista passa a dominar a sociedade. Essa
Revolução influenciou no mundo inteiro, a economia transformou-se, formaram-se
grandes empresas industriais e o trabalho assalariado passou a predominar em
toda a parte, bom melhor dizendo o capitalismo industrial dominou.
E é isso que vamos tentar mostrar neste trabalho,
desde o que foi a Revolução Industrial até suas influências no mundo inteiro.
Revolução Industrial
O aparecimento da revolução industrial se deve a
três fatores: a revolução comercial, ao acúmulo de capitais que se deu na livre
circulação das mercadorias e as descobertas de novos mercados que enviaram
grandes quantidades de ouro e prata, especiarias, escravos e outros recursos
que proporcionaram o embasamento necessário para a ocorrência da Revolução
Industrial.
O pioneirismo da Inglaterra se deu em diversa soma
de recursos como o acumulo de capitais na revolução comercial, a supremacia
naval inglesa, a disponibilidade de mão de obra devido ao fechamento dos
campos, instalação da monarquia parlamentar e o triunfo da ideologia liberal.
A primeira Revolução Industrial desenvolveu os
transportes e as maneiras de produção, acelerou a migração do campo para a
cidade e a criação de um enorme exército de reserva.
Entre as principais invenções surgidas na primeira
revolução industrial merecem destaque: a máquina de fiar (1767), o bastidor
hidráulico (1769), máquina de fiar híbrida combinação da máquina de fiar com o
bastidor hidráulico (1779). Estas máquinas marcaram o início da Revolução Industrial
com a substituição da energia física pela energia mecânica no processo de
produção de mercadorias.
Foi desenvolvido também o setor de transportes com
duas grandes invenções: o barco a vapor (1807) e a locomotiva (1825).
Na Inglaterra a grande miséria, o desemprego, os
baixos salários e a alta carga horária deram origem a um movimento que se
denominou Ludismo que consistia na destruição das máquinas pelos operários
justificada na culpa das máquinas pelo desemprego e miséria.
A Revolução Industrial gerou grandes mudanças tanto
econômicas quanto sociais como: Trustes e Cartéis a produção em série a
expansão do imperialismo que seriam um dos fatores desencadeadores da Primeira
Grande Guerra.
OS GRANDES AVANÇOS
TECNOLÓGICOS
Na primeira metade do século os sistemas de
transporte e de comunicação desencadearam as primeiras inovações com os
primeiros barcos à vapor (Robert Fulton, 1807) e locomotiva (Stephenson, 1814),
revestimentos de pedras nas estradas Mc. Adam, 1819), telégrafos (Morse, 1836).
As primeiras iniciativas no campo da eletricidade como a descoberta da lei da
corrente elétrica (Ohm, 1827) e do eletromagnetismo (Faraday, 1831). Dá para
imaginar a quantidade de mudanças que estes setores promoveram ou mesmo
promoveriam num futuro próximo. As distâncias entre as pessoas, entre os
países, entre os mercados se encurtariam. Os contatos mais regulares e
freqüentes permitiriam uma maior aproximação de mundos tão distintos como o
europeu e o asiático.
No setor têxtil a concorrência entre ingleses e franceses
permitiu o aperfeiçoamento de teares (Jacquard e Heilmann). O aço tornou-se uma
das mais valorizadas matérias-primas. Em 1856 os fornos de Siemens-Martin, o
processo Bessemer de transformação de ferro em aço. A indústria bélica sofreu
significativo avanço (como os Krupp na Alemanha) acompanhando a própria
tecnologia metalúrgica.
A explosão tecnológica conheceu um ritmo ainda mais
frenético com a energia elétrica e os motores a combustão interna. A energia
elétrica aplicada aos motores, a partir do desenvolvimento do dínamo, deu um
novo impulso industrial. Movimentar máquinas, iluminar ruas e residências,
impulsionar bondes. Os meios de transporte se sofisticam com navios mais
velozes. Hidrelétricas aumentavam, o telefone dava novos contornos à comunicação
(Bell, 1876), o rádio (Curie e Sklodowska, 1898), o telégrafo sem fio (Marconi,
1895), o primeiro cinematógrafo (irmãos Lumière, 1894) eram sinais evidentes da
nova era industrial consolidada.
E, não podemos deixar de lado, a invenção do
automóvel movido à gasolina (Daimler e Benz, 1885) que geraria tantas mudanças
no modo de vida das grandes cidades. O motor à diesel (Diesel, 1897) e os
dirigíveis aéreos revolucionavam os limites da imaginação criativa e a
tecnologia avançava a passos largos. A indústria química também tornou-se um
importante setor de ponta no campo fabril. A obtenção de matérias primas
sintéticas a partir dos subprodutos do carvão - nitrogênio e fosfatos.
Corantes, fertilizantes, plásticos, explosivos, etc.
Entrava-se no século XX com a visão de universo
totalmente transformada pelas possibilidades que se apresentavam pelo avanço
tecnológico.
AS CAUSAS DO
PIONEIRISMO INGLÊS
Merecem destaque como causas gerais da Revolução
Industrial do século XVIII, a chamada Revolução Comercial e a Acumulação
Primitiva de Capital. Damos o nome de Revolução Comercial ao processo que se
iniciou com as grandes navegações no século XV indo até o início da
industrialização no século XVIII. Nesse período a Europa se constituiu no
continente mais rico do planeta. Isso foi possível graças a vários
acontecimentos como: a descoberta pelos portugueses de um novo caminho para os
ricos entrepostos de comércio localizados nas Índias e o contato com novos
continentes como a América. Isso possibilitou ao europeus se apossarem de
produtos tropicais, metais preciosos, escravos que eram comercializados com
altas taxas de lucratividade. Formou-se então um grande mercado mundial,
espalhado por todo o planeta, que serviu para concentrar riquezas nas países
europeus, processo que tem o nome de acumulação primitiva do capital que
proporcionou recursos para o surgimento da revolução industrial.
Outro aspecto importante para que se entenda a
Revolução Industrial é o triunfo da idéias iluministas (Enciclopedismo): o
século XVIII é considerado o "século das luzes". Nesse período as
idéias políticas, econômicas e sociais da chamada Idade Moderna (séculos XVI
até XVIII) passaram a ser questionadas possibilitando uma verdadeira revolução
intelectual que se espalhou pelo mundo repercutindo até os dias atuais. A base
dessa nova maneira de encarar o mundo, segundo os próprios iluministas, estava
na razão. Abandonava-se dessa maneira qualquer possibilidade de deus interferir
nos destinos humanos. Na política, os iluministas fizeram a crítica ao
absolutismo propunham um modelo de sociedade em que o Estado respeitasse os
interesses dos cidadãos. Na economia, o inglês Adam Smith, propõe o
liberalismo, fórmula segundo a qual, o Estado não deve intervir na economia. No
livro A Riqueza das Nações, ele diz que a economia funciona por si mesma
segundo a Lei da Oferta e da Procura. Criticava o monopólio comercial e o
sistema colonial característicos do mercantilismo. Em termos sociais, os
iluministas são contrários à sociedade estamental. Segundo eles, todos os
homens nascem iguais, livres, estes homens podem através de seu trabalho
prosperarem economicamente. A liberdade, a propriedade privada e a resistência
contra governos tirânicos são outros princípios defendidos pelos iluministas.
CONDIÇÃO DE TRABALHO E VIDA
DA CLASSE TRABALHADORA LOGO APÓS A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
*Longas jornadas de trabalho;
*Direito conferido ao
empresário pela Lei "Senhor e Empregado" de encarceramento do
operário que abandonasse o trabalho;
*Pagamento de salários tão
ínfimos que obrigavam os operários a trabalharem sem parar para ter dinheiro para sobreviver;
*Nenhuma garantia providenciaria, para acidentes que
do operário que o impedisse de trabalhar;
*Trabalho infantil e feminino, porque eram pagos
menores salários a esses trabalhadores
AS FASES DA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
·
1.ª Fase - +/–1750 até +/–1860:
Durante a segunda metade do século XVIII, na
Inglaterra uma série de transformações no processo de produção de mercadorias,
deram origem ao que se convencionou chamar por 1a Revolução Industrial. Antes
desse processo eram as oficinas artesanais que produziam grande parte das
mercadorias consumidas na Europa. Nestas oficinas, também chamadas de
manufaturas, o artesão controlava todo o processo de produção. Era ele quem estabelecia,
por exemplo, sua jornada de trabalho. Também não existia uma profunda divisão
do trabalho (cada um fazendo uma parte do produto). Freqüentemente nas oficinas
um grupo de dois ou três artesãos se dedicava à produção de uma mercadoria de
seu princípio ao seu fim, ou seja fazia a mercadoria como na sua totalidade,
sem divisão do trabalho.
Com a Revolução Industrial isso se alterou, os
artesão perderam sua autonomia. Com a chegada de novas tecnologia e novas
máquinas apareceram as fábricas nas quais todas as modernas máquinas
tornaram-se propriedade de um capitalista (burguês). A produção fabril
concorrendo com a artesanal levou esta à ruína. Os antigos artesão, então
tiveram que se tornar trabalhadores assalariados, estando a partir daí sob o
controle do capitalista. Essa fase da Revolução Industrial foi assinalada pelos
seguintes fenômenos: - Invenção do tear mecânico e do descaroçador de algodão e
consequente desenvolvimento da indústria têxtil;
- Invenção da máquina a vapor,
que substitui as fontes tradicionais de energia mecânica, como a roda de água,
a roda de vento e a tração animal; - Uso do coque para a fundição do ferro; a
produção de lâminas de ferro e a produção do aço em larga escala; - Melhoria no
processo de exploração do carvão mineral, com a utilização de máquinas a vapor
para retirar a água acumulada nas minas de carvão; - Revolução nos transportes
e nas comunicações, com a invenção da locomotiva, do navio a vapor e do
telégrafo; - Progressos na agricultura, com a produção de adubos, melhores
grades e arados, invenção da debulhadora e da ceifeira mecânica.
-
·
2.ª Fase -
+/–1860 até +/–1945:
Essa fase da Revolução Industrial foi assinalada
pelos seguintes fenômenos:
- aperfeiçoamento na produção do aço, que
superou o uso do ferro;
- aperfeiçoamento do dínamo;
-
utilização de novas fontes de energia, como o petróleo e a energia elétrica;
- invenção
do motor de combustão interna;
- emprego
dos metais leves, como o alumínio e o magnésio;
- nova evolução nos transportes, com
introdução das locomotivas e dos navios a óleo, invenção do automóvel, do
avião, do telégrafo sem fio, do rádio e da televisão;
-introdução de máquinas automáticas, permitindo a
produção em série e provocando um grande aumento na produção.
MUDANÇAS SOCIAIS
A análise de tantos feitos tecnológicos não poderia
ficar carente das mudanças sociais ocorridas neste mesmo período. As empresas
industriais perderam totalmente suas feições caseiras adquirindo uma nova
forma. Grandes conglomerados econômicos, a crescente participação do setor
financeiro na produção industrial - trustes, cartéis, holdings.
Ao lado de uma intensificação da exploração do
trabalho operário, da urbanização desenfreada e sem planejamentos, das
epidemias provocadas pelo acúmulo de populações nos grandes centros sem
infra-estrutura, cresciam as fábricas cada vez mais poderosas e determinantes
de um processo irreversível.
As nações, por sua vez, buscavam garantir melhores
mercados fornecedores de matérias-primas, impulsionando o colonialismo
afro-asiático que deixa marcas profundas até os dias de hoje. Ou seja, não é um
mero processo de avanço. O avanço tecnológico sempre foi acompanhado, desde o
paleolítico de intensas mudanças sociais. Nem sempre positivas.
AS
GRANDES TRANSFORMAÇÕES DA REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL NO MUNDO
A economia transformou-se, pois a atividade
industrial passou a ocupar o centro da vida econômica; formaram-se grandes
empresas industriais e o trabalho assalariado passou a predominar em toda a
parte; em outras palavras impõe-se o capitalismo industrial.
A sociedade foi profundamente afetada pelo êxodo
rural e pelo crescimento da vida urbana; começaram a formar as cidades
industriais; ocorreu também um aumento da população mundial; a burguesia
industrial se fortaleceu e começou a ganhar cada vez mais destaque a classe
operária. Na política, houve a queda do estado absolutista, disputa entre os
países europeus pelo domínio das colônias na África e na Ásia com o objetivo de
obter matérias-primas para a indústria e consumidores para os produtos
manufaturados; começaram a aparecer idéias políticas, sociais e econômicas
tentando explicar a nova situação e solucionar os novos problemas.
A REVOLUÇÃO NO
MUNDO
Durante o período do Renascimento (sécs. XV e XVI) a
Europa vivênciou vários desenvolvimentos no campo científico. Copérnico, propôs
a teoria heliocêntrica. Kepler mostrou que os astros se movimentam em elipse no
espaço. Leonardo da Vinci estabeleceu vários projetos que só se tornaram
possível mais tarde com o desenvolvimento tecnológico. Newton trouxe a teoria
da gravitação universal e Galileu, com suas observações do espaço celeste
ratificou a tese heliocêntrica de Copérnico. O desenvolvimento verificado nesse
período foi fundamental para sepultar antigas crenças místicas apregoadas pela
Igreja Católica que impediam o livre impulso para o desenvolvimento
tecnológico. O ambiente verificado na Europa, nesse momento, prepara o campo
para a chegada de inúmeras novas tecnologias que freqüentemente são chamadas de
Revolução Industrial no século XVIII.
É necessário dizer que todo o desenvolvimento
técnico sempre esteve relacionado com outros aspectos da história humana. No
mesmo momento em que acontecia a Revolução Industrial, as transformações
políticas e econômicas na Europa se davam igualmente de maneira muito rápida.
Novas ideologias revolucionárias presentes na Declaração de Independência dos
EUA (1776) e na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) tiveram
enorme influência na mentalidade dos homens da época. Era o liberalismo
político e econômico apresentando-se tal como definiu o conjunto das idéias
iluministas.
Durante o século XIX outros acontecimentos na Europa
e nos EUA vão significar um rápido progresso e crescimento industrial. A
vitória do Norte (industrializado) sobre o Sul (agrícola) na Guerra de Secessão
(1861-1865), nos EUA; a unificação italiana (1870), a unificação alemã (1870) e
Era Meiji no Japão, contribuíram para generalizar a Revolução Industrial, que
anteriormente se restringia basicamente à Inglaterra e França.
QUE MUDOU COM A
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL?
·
A passagem da sociedade rural para a sociedade industrial;
·
A mecanização da indústria e da agricultura;
·
Desenvolvimento do sistema fabril, com o uso da energia a vapor;
·
Desenvolvimento dos transportes e das comunicações;
·
A expansão do capitalismo, que passou a controlar quase todos os ramos
da atividade econômica.
BIBLIOGRAFIA
·
Enciclopédia Barsa
·
Almanaque Abril digital.