quarta-feira, 15 de julho de 2015

Dinâmica Interna e Externa da Terra II - UNIDADE DE 2015



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1.1. - Dinâmica interna da Terra
è A) Teoria científica mais moderna sobre a origem da Terra: planetas sólidos ou interiores formaram-se pela colisão de poeira cósmica (=planetesimais) juntando-se pela força gravitacional, aquecendo-se por reações químicas, aumentando massa e gravidade, atraindo mais poeira cósmica. Esta agregação liberou gases (retido pela força gravitacional), formando atmosfera primitiva que agia como isolante térmico, fazendo com que elementos mais pesados ficassem no interior dessa massa agregada e os mais leves ficassem na superfície externa.
è B) Estrutura interna da Terra: é heterogênea, formada de camadas concêntricas com materiais de temperatura, constituição química, pressões e densidades diferentes (a externa, ou crosta, tem uma densidade 5 vezes < que o núcleo, este com uma pressão 3 milhões de vezes maior que a crosta ao nível do mar). Basicamente há 3 camadas (crosta, manto e núcleo) separadas por descontinuidades (áreas onde ocorre refração das ondas sísmicas).
Œ Crosta - camada menos densa e espessa; não é contínua mas formada de placas tectônicas, cujas partes são os continentes, as plataformas continentais (complementos das planícies costeiras sob o mar) e os assoalhos oceânicos (nas profundidades abissais). Essas partes equilibram-se dinamicamente sobre o manto, segundo o princípio da isostasia: continentes, sendo mais pesados, afundam mais no substrato magmático que as outras partes, provocando as subidas (transgressões) e as descidas dos oceanos (regressões marinhas). Importância da crosta:
a) No Sial (camada granítica ou externa), ou melhor, no subsolo encontram-se as rochas, formadas por minerais e estes por elementos químicos - as jazidas minerais são matérias-primas para a indústria extrativa mineral).
b) Do contato, reações, combinações e desequíbrios dinâmicos da litosfera (esta parte sólida externa da Terra) com a atmosfera e a hidrosfera, surge a biosfera, condicionando a formação da vida vegetal e animal em nosso planeta, desde a Era Paleozóica.
 Manto - camada intermediária, que constitue a maior parte do volume e massa da estrutura interna da Terra. Aí encontra-se o magma, material pastoso em contínua e lenta movimentação pelas correntes convectivas (ascendentes e descendentes), resultantes das # de temperaturas entre as camadas internas, acarretando os deslocamentos das placas tectônicas na crosta terrestre.
Ž Núcleo - formado pelo núcleo externo (em estado fluido) e interno (sólido). com materiais pesados (níquel e ferro) em altíssimas pressões e temperaturas; do núcleo externo partem as ondas eletromagnéticas que envolvem a Terra (em fluxos do Pólo N para o Pólo S).
è C) História geológica da Terra: possível através da radioatividade (átomos radioativos, pelas radiações de seus núcleos, transformam-se em outros elementos, como o U em Pb, o C14 em C12. Assim para eras mais antigas usa-se o isótopo radioativo de U238, para os fósseis usa-se o C14). Na Escala Geológica há 2 grandes divisões - Pré-Cambriano e Fanerozóico, este dividido em Paleozóico ( vida antiga dos primeiros seres pluricelulares), em Mesozóico (ou Era dos Répteis) e o Cenozóico. As ocorrências geológicas mais importantes destas eras foram:
a) Era Pré-Cambriana: surgimento de rochas cristalinas (magmáticas) e dos Escudos ou maciços cristalinos (montanhas mais antigas da Terra, como os Escudos Canadense, Guiano e Brasileiro- na América; o Escandinavo-na Europa; o Siberiano Central- na Ásia; o Australiano e o Guineano).
b) Era Paleozóica - iniciou-se o processo de formação de bacias sedimentares, de grandes florestas (na latitude atual de 45o, onde surgiram imensas jazidas carboníferas) e dobramentos montanhosos (ex.: Apalaches e Urais, ricos em carvão). Nesta era havia a Pangéa, único continente rodeado pelo Pantalassa (único mar).
c) Era Mesozóica - derrames basálticos (como no S do Brasil e na Etiópia) e inicio de formação dos dobramentos modernos (Alpes, Himalaia, Andes, Rochosas, Atlas). No começo desta Era fragmentou-se a Pangéa em Laurásia e Gondwana.
d) Era Cenozóica -no período Terciário terminou o processo de formação dos dobramentos modernos e dos continentes atuais. No Quaternário deu-se a última glaciação, com várias transgressões e regressões marinhas; nesta época surgiu o homem.
è D) Tipos de Rochas- conforme o processo de formação geológica podem ser:
a) Magmáticas: ascensão e consolidação rápidas do magma na crosta (extrusivas ou vulcânicas) ou lenta (intrusivas ou plutônicas). Foram as primeiras a se formarem e são as bases dos escudos.
b) Metamórficas - metamorfismo causado pelas altas temperaturas e pressões do magma ao subir pela crosta, transformando as rochas já existentes nela (ex.: granito - gnaisse; calcário- mármore).
c) Sedimentares - resultantes do intemperismo físico (calor do Sol desagregando mecanicamente as rochas) ou químico (chuvas decompondo as rochas), originando grãos e pós depositados geralmente em bacias sedimentares e depois litificados (=sedimentos transformando-se em rocha coerente).
è E) Tipos de estrutura geológica: escudos cristalinos, dobramentos modernos e bacias sedimentares.
·   Escudos cristalinos ou maciços antigos - são os dobramentos mais antigos, quando ainda havia a Pangea. Formados na Era Pré-Cambriana. Servem de embasamento das massas continentais e são ricos em minérios metálicos. Ex.: Guiano, Brasileiro e Canadense;Guineano; Siberiano.
·   Dobramentos modernos - montanhas mais recentes e daí serem pontiagudas e altas. Geralmente ocorrem nas bordas de placas tectônicas. Ex.: Andes, Rochosas; Alpes; Atlas; Himalaia.
·   Bacias sedimentares - deposição de sedimentos em depressões relativas; são importantes geologicamente (datação das camadas sobrepostas nas bacias) e economicamente (combustíveis fósseis). Podem ser antigas (do Paleozóico e Mesozóico) e recentes (Cenozóico).
è F) Placas Tectônicas:
a) Teorias sobre sua formação:  Deriva continental – base = contornos de litorais, estrutura geológica e fósseis semelhantes nos continentes (ex.: América do Sul com a África); Tectônica das Placas – base = estudo, através de sonar, do fundo abissal do mar na Dorsal Atlântica, que se formou não por enrugamento do relevo submarino, mas por expansão do assoalho oceânico, daí suas rochas serem muito recentes, devido à agregação de material magmático do manto. Esta teoria revela o deslocamento das placas sobre o manto, em função das correntes convectivas do magma (estas resultantes das # de temperatura entre as camadas internas da Terra).

b) Movimentos - podem ser convergentes (placa colide com outra, fazendo com que o fundo do oceano penetre no manto, formando zona de subducção e originando correntes convectivas descendentes do magma; disso resultam erupções vulcânicas, abalos sísmicos, formação de montanhas, fossas submarinas, ilhas oceânicas e a redução do Oceano Pacífico); divergentes (separação de placas, enquanto o magma por correntes convectivas ascendentes vai formando uma zona de agregação e constituindo o assoalho oceânico) e tangenciais (placas se deslizam em sentido contrário, sem criar ou destruir matéria, ex.: Placa do Pacífico e a da América do N).
è G) Agentes internos do relevo: tectonismo, vulcanismo, abalos sísmicos (dinâmica interna que forma o relevo terrestre).
a) Tectonismo ou diastrofismo: provocam deformações nas placas, ora pela  orogênese (movimentos horizontais, de curta duração geológica mas de grande intensidade, gerando os dobramentos (em terrenos recentes) e falhas e fraturas (em terrenos antigos); ora pela epirogênese (movimentos verticais, de longa duração afetando grandes partes de massas continentais, levantando ou abaixando os litorais e assim acarretando a regressão e transgressão marinhas, respectivamente).
b) Vulcanismo - ascensão do magma por fissuras da crosta, a partir de câmaras magmáticas. Ligam-se aos movimentos tectônicos e se antecedem por terremotos (ex: Círculo de Fogo no Pacífico, onde estão ¾ dos vulcões da Terra).
c) Abalos sísmicos: causas:-  vulcanismo (na medida em que a lava sobe através da crosta, a pressão sobre as camadas geológicas repercute na parte externa da crosta); acomodações de camadas geológicas (geralmente em bacias sedimentares, quando desmoronam camadas de rochas); ƒ tectônica das placas - nas bordas das placas tectônicas, ao se acumularem tensões devido ao seu deslocamento, após um certo limite, ocorrem os abalos sísmicos. Este ponto de acumulação de tensão chama-se hipocentro, de onde propagam-se ondas sísmicas até o epicentro (na superfície da crosta terrestre- quando é em baixo dos oceanos ocorre o maremoto). Estes são os terremotos de maior magnitude na Escala Richter (que vai de 1 a 10o)
è H) Formas de relevo: positivas (montanhas, planaltos e planícies),negativas (depressões)
a) Montanhas -formadas por diastrofismos orogenéticos (nas Eras Pré-Cambriana, Paleozóica e Mesozóica-Cenozóica) em terrenos antigos originando as falhas ou fraturas e nos terrenos recentes originando as dobras (ex.:dobramentos modernos). Podem ser formadas por atividades vulcânicas.
b) Planaltos -superfícies tabulares em que processos de erosão ou degradação superam os de acumulação e que terminam em declives ou escarpas. Podem ter origem sedimentar ou de soerguimento de material magmático (ex.: montanhas formadas no Pré-Cambriano foram rebaixados pela erosão; ou altiplanos junto aos dobramentos modernos).
c) Planícies - o contrário de planaltos: mais sedimentação (geralmente correspondem a bacias sedimentares) e terminadas em aclives. Seus tipos: costeiras ou baixadas e as continentais.
d) Depressões - absolutas (abaixo do nível do mar, dentro dos continentes - são as menos comuns na Terra) e relativas(mais baixas que o relevo adjacente) e periféricas (entre duas áreas de constituição geológica diferente).
2.1.- Dinâmica externa da Terra (ou agentes externos do relevo ou do modelado terrestre)
A) Intemperismo: ação do calor do Sol (=físico, que é típico de climas áridos) ou das águas das chuvas (químico, típico de climas úmidos) sobre as rochas, formando os solos (=manto de intemperismo exatamente por cobrir o subsolo onde se encontram as rochas).
B) Ação das águas dos rios: principais agentes externos, pois os rios erodem seus leitos e margens, transportam os sedimentos em suspensão em suas águas e os depositam no baixo curso; estes trabalhos de erosão, transporte e acumulação (feitos por todos os agentes do modelado, com exceção do intemperismo) depende da diferença de altura entre o alto curso (onde estão as nascentes) e o baixo curso (onde está a foz)- esta diferença chama-se perfil longitudinal do rio. O rio jovem geológicamente tem um perfil longitudinal maior, daí ter mais força erosiva que o rio velho.
C) Ação das águas dos mares: litoral novo é pleno de reentrâncias (entradas) e protuberâncias (saliências); as correntes marítimas e ondas fazem a abrasão (=erosão) nas protuberâncias e a sedimentação nas reentrâncias. Esta abrasão varia em função de transgressões e regressões marinhas e da estrutura geológica do litoral (rochas cristalinas são mais resistentes). Se o litoral for alto (ex: falésias) ocorre abrasão; se for baixo (ex: praias, restingas, dunas) ocorre sedimentação.
D) Ação das águas pluviais(ou das chuvas): É a lixiviação,ou seja, a erosão dos solos devido à queda dos pingos de chuvas no chão lavando-os e carregando seus nutrientes e sedimentos.Pode ocorrer também o intemperismo químico, decompondo os elementos de rochas sedimentares.
E) Ação das geleiras: restrita atualmente aos cumes dos dobramentos modernos e às Zonas Polares Ártica e Antártica. No ínício do período quaternário, as calotas polares chegavam até o centro da América do N e ao N da Europa - ao se iniciar a glaciação (=degelo das calotas) os glaciares erodiram intensamente a crosta terrestre formando lagos e litorais muito recortados (ex: lagos canadenses, os Grandes Lagos, os lagos europeus Ládoga e Ônega e os fjords noruegueses). Ao trabalho de sedimentação glaciar chamamos de morainas (laterais, frontais).
F) Ação dos ventos: a erosão eólica é feita em sequência-1o ] o vento coleta partículas ao longo do seu deslocamento sobre os solos (=deflação), 2o] lança estas partículas contra as rochas (=corrasão). A acumulação eólica é manifestada nas dunas (nos desertos) e nos solos férteis de löess (especialmente a NO da China, vindos de partículas do L com argila, quartzo e cálcio).
è 3.1.- Domínios morfoclimáticos ou fitogeográficos da Terra (interação dos fatores naturais-relevo, hidrografia,clima, vegetação e solos): são as florestas de baixas latitudes(equatoriais e tropicais), savanas e os desertos e semidesertos- na Zona Intertropical da Terra; as florestas de folhas caducas, campos temperados e florestas de coníferas- nas Zonas Temperadas; a tundra- na Zona Polar Ártica. Vamos ao estudo da interdependência dos elementos desses ecossistemas:
A] Na Zona Intertropical:
·                     Florestas de baixas latitudes: climas equatorial e tropical úmido com altas temperaturas e muitas chuvas e amplitude térmica baixa, que propicia a formação das matas mais biodiversificadas (devido ao calor e umidade).Os solos são muito lixiviados, lateríticos (ascensão de óxidos de ferro e alumínio lhes conferem acidez acentuada). A decomposição das folhas mortas no chão servem para automanutenção das florestas. A biodiversidade gera uma densidade enorme da cobertura vegetal que dificulta a ocupação humana, mas incentiva o extrativismo vegetal.
·                     Savanas (cerrados no Brasil)- como o clima é tropical com chuvas de verão e o inverno é seco, a vegetação é formada por árvores dispersas, um extrato inferior de gramíneas e muitos arbustos com características xeromórficas (folhas cerosas, raízes longas, casca grossa, galhos retorcidos para se adaptar ao inverno seco). Os solos ácidos podem ser corrigidos com a introdução de calcário (técnica da calagem), representando uma nova fronteira agrícola do Brasil (soja).
·                     Desertos e semidesertos- ocorrem devido aos anticiclones subtropicais (áreas de baixa pressão atmosférica junto aos trópicos), às correntes marítimas frias (formando desertos litorâneos) e em encostas de sotavento (do lado contrário a ventos úmidos, acontecendo chuvas orográficas nas encostas de barlavento). Seus climas caracterizam-se por altas amplitudes térmicas diárias e chuvas escassas e irregulares, daí a vegetação xerófita (guarda água nos vacúolos celulares e apresenta espinhos para não evapotranspirar) ou sistema radicular desenvolvido. Os solos são esqueléticos, isto é, finos (devido ao intemperismo físico causado pelas elevadas amplitudes térmicas diárias); são alcalinos ou salinos (pois a evaporação é > que precipitação). As estepes são típicas de clima semi-árido que envolvem os desertos.
B] Na Zona Temperada do Norte :
·                     Florestas de Folhas caducas (folhas caem no inverno para reduzir o metabolismo) ou de médias latitudes- típicas de clima temperado oceânico- são homogêneas e por se situarem na área mais industrializada e urbanizada da Terra, são as mais devastadas.
·                     Campos temperados (estepes da Ucrânia, pradarias norte-americanas, pampas gaúchos): relacionam-se com o clima temperado continental, com invernos secos e rigorosos e amplitude térmica diária e anual grande. Os solos são muito férteis em face da decomposição das gramíneas mortas no inverno, não havendo quase lixiviação no verão, formando matéria orgânica. Aí estão os solos de tchernozion da Ucrânia e os cinturões agrícolas norte-americanos.
·                     Florestas de coníferas ou de altas latitudes - relacionam-se ao clima frio, com baixa insolação e solos gelados. São as florestas mais homogêneas (praticamente só de pinheiros), prestando-se à indústria extrativa vegetal (Canadá, Suécia, Noruega, Finlândia são grandes produtores de celulose e papel). Solos podzólicos, isto é, ácidos e pálidos, com turfa no horizonte A (parte externa dos solos) e pobres,dificultando a agricultura.
·                     Tundra - no extremo N da América do N e da Eurásia, com solos gelados durante 8 meses, devido ao clima subpolar, sobrevivendo apenas musgos e líquens.
·                     Vegetaçao orófila - típica dos dobramentos modernos devido ao ar seco (a umidade aumenta até certa altitude,daí haver florestas, depois diminui escasseando a vegetação). A altitude, de certa forma, repete as formações vegetais da latitude em face dessas condições diversas de temperatura e umidade.
è 4.1.- Climas: sucessão habitual dos tipos de tempo, cujos elementos são a temperatura, a pressão e a umidade atmosférica (diferenciando os climas planetariamente). Os fatores do clima são: altitude, latitude, proximidade do mar, correntes marítimas (diferenças regionais dos climas).
è A) Temperatura - a quantidade de calor na atmosfera, que varia em função:
·                     da altitude (o calor é irradiado da superfície terrestre, que absorve 47% da energia solar),
·                     da latitude (os raios solares caem perpendicularmente nas áreas de baixas latitudes, inclinando-se cada vez mais nas médias e altas latitudes, além disso a superfície esférica da Terra em baixas latitudes concentra mais calor, pois é uma área menor que em alta latitude),
·                     da proximidade do mar (calor específico da hidrosfera é maior que o da litosfera, portanto o mar se aquece e perde calor mais lentamente que o continente, daí as áreas continentais terem uma amplitude térmica diária e anual maior que as litorâneas, visível em baixas e médias latitudes).
·                     das correntes marítimas- as quentes aumentam a temperatura e a pluviosidade dos litorais, especialmente em médias e altas latitudes; as frias formam desertos litorâneos e áreas piscosas (absorvem O2 do ar, infiltrando-se nas águas e privilegiando a formação do plâncton). A Corrente fria do Peru causa mudanças profundas na circulação atmosférica e do mar em todo o hemisfério S (é o efeito "El Niño", que causa secas no S enquanto chove no Sertão do NE do Brasil).
·                     As diferentes condições de insolação da Terra determinam as Zonas de Iluminação (ou térmicas) da Terra= uma das causas geográficas do colonialismo moderno e contemporâneo (as colônias de exploração apresentavam climas e produtos tropicais, diferentes dos climas metropolitanos)
è B) Pressão atmosférica: força atuante da atmosfera sobre a superfície terrestre (=760 mm/Hg ou 1.013 milibares ao nível do mar). Varia em função de:
·                     Altitude - à medida que subimos, diminui a coluna de ar e sua força de atuação sobre a Terra.
·                     Temperatura - TA=PB, isto é, áreas quentes são ciclonais ou de pressão baixa e o ar é ascendente (representadas por setas convergindo para um centro); TB=PA, isto é, são áreas anticiclonais ou de divergência (por serem estáveis atmosféricamente apresentam desertos).
·                     Latitude - a área equatorial por ser a mais quente é a de mais baixa PA, portanto ser ciclonal (aí se forma a convergência intertropical, que muda de posição em face das estações do ano), enquanto as áreas polares são anticiclonais. As trocas atmosféricas entre o ar quente tropical e o frio polar se fazem nas imediações de 30o de latitude N e S, ou seja, nas áreas subtropicais (esta é a razão de existência de desertos nestas áreas).
è D) Ventos- deslocamentos do ar devido às diferentes condições de temperatura e pressão do ar na Terra. Podem ser ventos planetários ( ex.: alíseos - dos trópicos para o Equador; os ventos de W quentes e úmidos nas Zonas Temperadas e os ventos de L, frios e secos, das Zonas Polares para as Temperadas) e periódicos (brisas litorâneas- devido à troca de calor entre o mar e o continente de dia e de noite; monções -entre o Oceano Índico e a Ásia,podendo ser de verão ou chuvosas e de inverno ou secas).As brisas podem marítimas (de dia- do mar mais frio e com PA p/ a terra mais quente e com pressão baixa) e terrestres (de madrugada- do litoral para o mar).
è E) Massas de ar - agentes mais importantes da Climatologia Dinâmica.
·                     Devido à obliquidade do eixo terrestre, as massas polares chegam até as áreas subtropicais- daí estas serem anticiclonais; simultaneamente, as massas quentes encontram-se com as polares nas regiões subpolares (em torno de 60o) formando as frentes polares.
·                     As frentes são áreas de contato entre 2 massas de ar diferentes, originando uma turbulência ou agitação atmosférica e provocando instabilidade do tempo e daí precipitações atmosféricas.
·                     Nas áreas ciclonais equatoriais, devido à convergência dos ventos alíseos de NE e de SE, forma-se a convergência intertropical ou CIT- região mais chuvosa da Terra. A CIT e as frentes polares mudam de localização geográfica durante o ano, devido ao movimento de translação da Terra.
·                     De acordo com esta circulação geral da atmosfera, Strahler criou uma classificação genética ou dinâmica do clima, dividida em climas: de latitudes baixas (sob a influência das massas equatoriais e tropicais), de latitudes médias (influenciados por massas quentes e polares- subtropical úmido, mediterrâneo, continental, marítimo das costas ocidentais...) e de latitudes altas (pelas massas polares, como o de tundra, continental e marítimo subártico, da calota de gelo).
è F) Umidade atmosférica - resultado da evaporação (maior no mar e menor na terra) e da evapotranspiração (das plantas), conforme a altitude, a latitude, os ventos e a temperatura (quando alta, aumenta o ponto de saturação, isto é, a capacidade de retenção de vapor d’água pela atmosfera).
·                     O ciclo hidrológico representa o movimento da água em seus 3 estados na superfície terrestre: evaporação e evapotranspiraçãoà condensaçãoà transporte de vaporà precipitação (neve e chuva) à infiltração nos solos e escoamento das águas pluviaisà evaporação...
·                     A umidade pode ser avaliada de 2 formas: absoluta (quantidade de vapor no ar em certo momento) e relativa (relação entre a umidade absoluta e o ponto de saturação, ou seja, quociente entre a umidade absoluta, ex.: l5%, e o ponto de saturação, ex.: 20%, daí l5:20=0,75 ou 75/100 ou 75%).
·                     A umidade manifesta-se através das condensações superficiais (orvalho, geada e neblina) e das precipitações atmosféricas (neve e chuva). As chuvas ocorrem quando se resfria o vapor d’água contido no interior das nuvens; esta condição básica se dá de 3 maneiras diferentes:  chuvas orográficas (em litorais montanhosos, quando as massas de ar úmidas vindas dos oceanos vão subindo a montanha ocorre uma descompressão do ar - cada 100 m=menos 0,5o C- e resfria o vapor, chovendo na encosta de barlavento, e na outra encosta, a de sotavento, podendo ocorrer climas desérticos ou semi-áridos); chuvas convectivas (típicas de baixas latitudes- os alíseos de NE e SE sopram dos Trópicos p/ o Equador, onde sobem quentes e úmidos, saturando-se de vapor d’água no alto e chovendo quase diariamente na área equatorial); ƒ chuvas frontais-produto do encontro de duas massas de ar diferentes (típicas de médias latitudes).
è 5.1. Modificações no clima por ação antrópica (ou do homem sobre a natureza)
·                     A industrialização e urbanização provocam problemas de poluição atmosférica, das águas de rios e mares, sonora (stress e surdez prematura), da coleta de lixo. A nível de macroclima os problemas maiores são: efeito estufa (pelo aumentode CO2 na troposfera por carros e indústrias, aumentando a sua temperatura), destruição da camada de O3 (pelo uso do CFC não filtrando o UV da radiação solar).
·                     A nível de microclima urbano, notamos a formação de verdadeiras "ilhas de calor" nas grandes metrópoles, pois as construções urbanas absorvem mais insolação e a devolve com uma irradiação maior de calor- e dos poluentes emitidos para a atmosfera e ausência da troca vertical entre o ar frio de cima com o ar quente irradiado (=inversão térmica). Nos países industrializados do hemisfério N ocorrem as chuvas ácidas(emissão de poluentes de refinarias de petróleo, termelétricas e veiculos, contendo óxidos de enxofre e nitrogênio, se dissolvem no vapor d’água das nuvens (efeitos: corrosão de paredes e monumentos, destruição da flora e fauna de lagos e das folhas das árvores).
·                     Os desmatamentos provocam a desertificação dos climas (evaporação mais intensa, diminuição do estoque da água em circulação na atmosfera, escassez e irregularidade das chuvas), maior lixiviação dos solos (águas pluviais infiltram-se menos e escoam mais rápido), assoreamento dos rios (sedimentos transportados pelas enxurradas depositam-se no fundo, tornando os rios mais rasos e aumentando a destruição das enchentes), destruição da flora e fauna, modificações no ciclo do carbono na atmosfera (plantas inalam CO2 e exalam O2 ).
·                     No Sahel e nas estepes do Kasaquistão está ocorrendo a desertificação. No Sahel (S do deserto do Sahara) havia a rotação de culturas de cereais e goma arábica, mas com a monocultura iniciou-se o esgotamento dos solos, além do fato de que o aumento de população exigiu o crescimento dos rebanhos (estes consumindo mais gramíneas das estepes e compactando mais os solos com suas patas e dificultando a absorção da pouca pluviosidade do clima semi-árido). Já nas estepes centrais asiáticas do Kasaquistão foi introduzido o cultivo irrigado de algodão, sendo canalizados os rios Amu-Darya e Syr-Darya, que desembocam no Mar de Aral. Este mar está diminuindo de profundidade e extensão, já que diminuiu o débito fluvial daqueles rios e aumentou a evaporação.

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